Fotos: Ricardo Trida / Secom
Israel Martins Lourenço, 7 anos, morador de Palhoça, passou por cirurgia no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis,no dia 26/04 e venceu a morte súbita!
Israel realizou a colocação de um cardiodesfibrilador implantável (CDI).
O menino estava na escola quando passou pelo evento de morte súbita abortada por arritmia extremamente grave. O professor de Educação Física, ao ver que ele estava desmaiado e sem pulsação, iniciou massagem cardíaca. “Era a pessoa certa no lugar certo. Depois, um segurança chegou e fez respiração boca a boca. Israel acordou bem, sem sequelas, o que foi muito raro”, conta a médica chefe da Cardiologia do HIJG, Marcia Mallmann Cappellari. O nome morte súbita abortada vem do fato de alguém ter conseguido fazer a ressuscitação a tempo.
A Síndrome do QT Longo, explica a cardiologista, é um problema complexo dentro do coração, diagnosticado com exame de eletrocardiograma. “O nome da síndrome vem do fato de que podemos ver o intervalo QT do eletrocardiograma alargado. Quanto mais alargado, pior as consequências. Nos preocupamos tanto com a Síndrome do QT Longo em crianças porque é uma síndrome muito relacionada à morte súbita. Existem outros tipos de manifestações da doença, como palpitações, convulsões e a síncope, que é o desmaio”, descreve.
O aparelho implantado, fornecido pela Jomhédica, serve para reverter algumas arritmias graves que levam à parada cardíaca. De acordo com Gustavo Galli Reis, cardiologista, supervisor da técnica na região Sul do país, e que veio ao HIJG especialmente para a cirurgia, explica que o CDI é uma tecnologia nova com a qual não é necessário colocar nenhum tipo de dispositivo dentro do coração e nem dentro das veias. Tudo é implantado por fora na caixa torácica e o paciente fica protegido do mesmo jeito. “Se o paciente tiver uma arritmia grave, o aparelho é capaz de reverter a parada cardíaca”, esclarece o médico.
Sobre o CDI
O CDI é composto por gerador de pulsos e eletrodos que monitoram o coração por 24 horas, emitindo impulso elétrico em caso de parada cardíaca. Por tratar-se de uma paciente muito jovem, o uso do material fornecido pelo SUS acarretaria várias substituições no decorrer da vida, o que não acontecerá com o aparelho adquirido pelo Estado e implantado em Israel.